Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo e é assim que encontra Dominique. Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.
“Estranho o destino dessa jovem mulher, privada dela mesma, porém, tão sensível ao charme das coisas simples da vida…”
Já fazia algum tempo que eu queria ver este filme, mas foi à insistência de um amigo que me indicou que me fez assistir. Eu sempre lia posts em outros blogs e sites sobre cinema falando sobre ele e me indagava do porque todos amarem a história da personagem. Não é somente pela trilha sonora ou pelas fotografias maravilhosas, mas sim pela maneira do autor narrar a história mostrando o cotidiano e apresentar seus personagens com as particularidades deles. São detalhes como o balançar de uma toalha de mesa pelo vento ao clima da estação. Gostos e manias como estalar os dedos, estourar plásticos bolhas ou ver a expressão nos rostos das pessoas ao ver um filme no cinema. Pequenos prazeres como jogar pedrinhas no lago ou enfiar a mão no saco de grãos. As imagens da pequena Amélie me deram uma nostalgia gostosa e me fizeram lembrar de um tempo em que não precisávamos de muito para nos divertir e éramos felizes. A jovem e solitária Amélie me fez pensar em quantas vezes sozinha em meu canto fiquei pensando bobagens e imaginando coisas enquanto o mundo girava. A boa e bela Amélie sentia um prazer em ajudar as pessoas e vê-las felizes mas ela ainda se sentia incompleta até encontrar o que lhe faltava. O filme tem ótimas frases e citações poéticas como “ Uma mulher sem amor é como uma flor sem sol” e “Sem você as emoções de hoje seriam somente pele morta das emoções do passado”. Ao final o filme nos ensina uma grande lição: “ Aproveitar cada momento da nossa vida; fazer o bem e ajudar o próximo é bom e engrandece a alma mas quando amamos e somos amados tudo fica melhor.”
Pintor: “Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes.” Amelie: “Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros.” Pintor: “E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?”
“Então, minha querida Amélie, não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, com o tempo seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto meu esqueleto. Então, vá em frente, pelo amor de Deus.”
“- Está é apaixonada.
– Mas se nem a conheço.
– Claro que conhece.
– Desde quando?
– Desde sempre, em sonhos.”